Novidades
Mulheres motociclistas são quase oito milhões no Brasil
Ana Pimenta, 52 anos, é motociclista e transformou seu hobby em profissão. A primeira moto que “pilotou” foi uma Honda 400 Four, isso aos 4 anos, sentada no tanque e amparada pelo pai. Aos 15 já dava seus rolês em São Paulo (SP). De lá para cá não parou mais. Formada em Administração, Ana e sua Let’s Ride, agência especializada em mototurismo, levam outros motociclistas (homens e mulheres) a experiências incríveis, principalmente em solo americano – Rota 66, por exemplo. “Moto é a minha vida! É minha válvula de escape, minha terapia, minha paixão e meu ganha pão. Não sei mais viver sem as sensações que a moto proporciona”, diz a moto-empresária que, ao lado da sócia Ana Sofia, percorreu em duas rodas cerca de 28 mil km entre Porto Alegre (RS) e Milwaukee (EUA).
De acordo com dados de 2019 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) Ana é uma das 7.594.452 mulheres com carteira de habilitação, categoria A. O que representa uma alta de 89,2% em oito anos, já que em 2011 havia 4.013.566 mulheres habilitadas para pilotar motos. Além do número expressivo, grande parte das mulheres que optaram pela moto tem mais de 40 anos. Entre as mulheres com idade de 41 a 50 anos a alta nos últimos oito anos foi de 127%, passando de 572.039 em 2011, para 1.298.532 habilitadas em 2019.
Outra faixa etária que apresentou alto índice de crescimento foi a de 51 a 60 anos. A alta foi de quase 232%, saltando de 146.273 (2011) para 485.379 habilitadas (2019). Neste contexto Ana se junta a Adriana Richter e a Tatiana Sapateiro, exemplos de mulheres que querem liberdade, mobilidade e muitas outras sensações sobre duas rodas.
Economia de tempo e dinheiro – Com uma frota de mais de 28 milhões motos e uma produção que deve superar 1,1 milhão de unidades, o mercado de duas rodas vem se recuperando. E, assim, a participação feminina vem projetando os números para cima. Na avaliação de Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (associação que reúne os fabricantes de moto), os fatores que contribuem para essa alta são a praticidade da locomoção, os avanços tecnológicos e lançamentos de modelos mais atrativos para as mulheres. “As marcas entenderam que vale a pena investir nesse público que é fiel e exigente. Além disso, a motocicleta é muito mais econômica e tem baixo custo de manutenção. Ou seja, ela se torna um veículo prático e viável para o dia a dia”, analisa Fermanian.
Texto Aldo Tizzani e Fabiano Godoy
Fonte: R7